O mar visto com lampos de luz branca, o vento com interferências de nano segundos, as gaivotas que voam sem som.
Aquele zumbido nos ouvidos que tentas silenciar como se de uma televisão defeituosa se tratasse. O sol que estava a Este e de repente está a Oeste, as horas que voaram e tu nem piscaste os olhos. Ali, quieto, em frente ao ecrã às riscas.
É o mundo que desmorona ou és tu despedaçado por dentro? Vês os prédios que caem com o tempo ou sentes uma implosão no teu interior?
Esfregas os olhos e fechas o computador. Sais desse ecrã e entras no outro, naquele em que as mãos roçam nas outras ao andar, os ombros provocam encontrões acidentais, o calor dos corpos se acumula em cada estação.
Aquele zumbido que não cessa, como uma bateria sobrecarregada, como uma lâmpada sozinha num corredor branco, como uma mosca presa contra o vidro.
O mar visto com lampos de luz branca, os grãos de areia que não sentes, as gaivotas que não ouves e o vento que te mantêm suspenso neste mundo.
É o mundo que não faz sentido ou tu que já não o compreendes? A estática da dificuldade de integração, da procura no teu lugar neste universo, da constante necessidade de sentir porquê.